no largo do Pelourinho
o bem convive com o mal
mas não se deve ter medo
de frequentar o local
dizia mestre Besouro
na roda do berimbau
balança que pesa ouro
não é pra pesar metal
bate marimba, camará
toca Angolinha
ê, mestre Bimba, camará
Mestre Pastinha
quem vem de tudo que é canto
pros rumos da capital
desafiar capoeira
no pé, na mão, no punhal
que ouça a voz de Besouro
porque Besouro era o tal
punhal não tem mais valia
depois de um tiro mortal
vem Caiçara, Budião
vem Canjiquinha
vem Dora e Rosa Palmeirão
vem Barroquinha
quem diz que em toda Bahia
brotão, sertão, litoral
não tem no Jogo de Angola
ninguém pra ser seu rival
perdeu lição de Besouro
que sempre foi o maioral
tem passarinho pequeno
que mata cobra-coral
abre o terreiro, camará
joga de Angola
bate o pandeiro, camará
toca a viola
eu vi um camaradinho
na região do cacau
zombar de um corpo fechado
de reza e de ritual
Cordão de Ouro dizia
com jeito mais natural
quem guarda o santo de guarda
adia o juízo final
Cordão de Ouro, Beiramar
Ogum, meu guia
salve o Besouro, mangangá
rei da Bahia
Mãe-África engravidou em Angola
Partiu de Luanda e de Benguela
Chegou e pariu a capoeira
No chão do Brasil, verde-e-amarela
É de Angola
Camará, que me veio essa cantiga
De Luanda
É um jogo, é uma dança, é uma briga
De Benguela
No Quilombo da Serra da Barriga
De Aruanda
Capoeira chegou com a caravela
É de Angola
O meu corpo é de pingo-de-riga
De Luanda
De maneira-de-lei é minha figa
De Benguela
Sou aluno da capoeira antiga
De Aruanda
Ganga-Zumba é que é meu sentinela
É de Angola
Mangangá nunca foi nem é de intriga
De Luanda
E esse sangue africano é minha liga
De Benguela
Capoeira que é bom ninguém instiga
De Aruanda
Se instigar vai provar o veneno dela
(Camara que me veio essa cantiga?)
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-benguela/#album:capoeira-de-besouro-2010
Se você, camará, entrar eu entro
Vim aqui pra jogar jogo de dentro
Eu não temo quem me ataca
Nem na luta nem no jogo
Uso braço contra faca
Perna contra arma de fogo
Aprendi dessa maneira
Encarar o desaforo
Praticando capoeira
Na pedreira são Diogo
Pode vim, pode entrar que eu me concentro
Vim aqui pra jogo de dentro
Pra jogar com maestria
É preciso que se adestre
Quem é mestre desafia
A qualquer poder terrestre
Foi aluno cabaceira
Em santana virei mestre
Foi ao pé da gameleira
Na fazenda são silvestre
Oh de lá, oh de cá eu tô no centro
Vim aqui pra jogar jogo de dentro
O tirano que me atiça
Vai tomar a sua dor
Não engulo a injustiça
Não aturo desaforo
Zum zum zum é minha missa
Capoeira é meu tesouro
Quem perguntá pra polícia
Vai saber quem é besouro
Se você, camará, entrar eu entro
Vim aqui pra jogar jogo de dentro
Pode vim, pode entrar que eu me concentro
Vim aqui pra jogo de dentro
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/jogo-de-dentro/#album:capoeira-de-besouro-2010
No coração contra o veneno
A proteção é São Bento pequeno
No coração contra o veneno
A proteção é São Bento pequeno
Numa roda de gente eu sou pacato
Numa briga de morte eu sou sereno
Arrodeio valente que nem gato
Estudando primeiro seu terreno
Camará mas depois que eu tomo tato
Essa briga de morte vira treino
Eu derrubo malandro mas não mato
Foi meu trato com São Bento pequeno
O crioulo me diz que eu sou mulato
O branquelo me diz que eu sou moreno
Tem quem diga que eu sou bicho do mato
Porque me fazem mau, mas eu não temo
Nem com furo de bala não me abato
Nem com corte de faca muito menos
Pois meu corpo eu fechei com um retrato
Da medalha de São Bento pequeno
Camará Capoeira eu sou de fato
Quando chamam besouro, eu olho e asceno
Quem quer briga jamais deixo barato
Já começo com o pé no duodeno
Com meu Santo aprendi e sou grato
E ele foi protetor do nazareno
Hoje protege a mim e eu cumpro trato
Com respeito a meu São Bento pequeno
Já chegou o sargento da capitania
Vamos tocar cavalaria
Ele quer documento é a ordem do dia
Vamos tocar cavalaria
Trouxe o seu regimento pro cais da Bahia
Vamos tocar cavalaria
Todo o destacamento da delegacia
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Pelo poder de barravento
Vamos lutar com valentia
Já desceu todo o alojamento
Vamos tocar cavalaria
Pela medalha de São Bento
E o capacete do meu guia
Pra combater o fardamento
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Já chegou o sargento da capitania
Vamos tocar cavalaria
Ele quer documento é a ordem do dia
Vamos tocar cavalaria
Trouxe o seu regimento pro cais da Bahia
Vamos tocar cavalaria
Todo o destacamento da delegacia
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Não adianta o armamento
Pra quem tem medo e covardia
A mão na terra e o pé no vento
Vamos tocar cavalaria
A capoeira é o fundamento
Contra o poder da tirania
Pra confirmar o juramento
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Já chegou o sargento da capitania
Vamos tocar cavalaria
Ele quer documento é a ordem do dia
Vamos tocar cavalaria
Trouxe o seu regimento pro cais da Bahia
Vamos tocar cavalaria
Todo o destacamento da delegacia
Vamos tocar cavalaria
O militar que tome tento
Porque vai ter pancadaria
Se extrapolar no tratamento
Vamos tocar cavalaria
O povo segue o ensinamento
Que mestre mangangá dizia
Pra quem é bravo e violento
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
Vamos tocar cavalaria
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-cavalaria/#album:capoeira-de-besouro-2010
No terreiro da lua (Santa Maria)
Não tem mais quebranto (Santa Maria)
Tem jogo de roda (Santa Maria)
Tem roda de santo (Santa Maria)
A espada do anjo (Santa Maria)
Acendeu candieiro (Santa Maria)
Louvando são Jorge (Santa Maria)
O santo guerreiro (Santa Maria)
Santo Jorge é o guarda da lua
Sentinela da estrela guia
O dragão caiu morto na rua
Sob a lança do santo vigia
A rainha chamou o soldado
Pelo chefe da cavalaria
Santo Jorge foi condecorado
Cavaleiro de santa Maria (Cavaleira de santa Maria)
Cavaleiro de santa Maria
Quando a lua alumia o terreiro
O major desce da montaria
Santo Jorge virou padroeiro
Tem seu quadro cada academia
É que pra se acabar cativeiro
Nos terreiros do chão da Bahia
Santo Jorge é que foi o primeiro
Capoeira de Santa Maria (capoeira de santa Maria)
Capoeira de Santa Maria
Essa historia nasceu com Besouro
Que gostava também de poesia
É passada pra cada calouro
Quando tem roda de cantoria
Se canta capoeira faz coro
Que esse canto parece magia
Ele veio com cordão de ouro
Pelo Toque de Santa Maria (Pelo Toque de Santa Maria)
Pelo Toque de Santa Maria
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/1943216/#album:capoeira-de-besouro-2010
Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar são bento grande
É de angola é de angola é de angola
De angola de angola de angola
Meu avô já foi escravo
Mas viveu com valentia
Descumpria a ordem dada
Agitava a escravaria
Vergalhão, corrente, tronco
Era quase todo dia
Quanto mais ele apanhava
Menos ele obedecia
Quando eu era ainda menino
O meu pai me disse um dia
A balança da justiça
Nunca pesa o que devia
Não me curvo a lei dos homens
A razão é quem me guia
Nem que seu avo mandasse
Eu não obedeceria
Esse mundo não tem dono
E quem me ensinou sabia
Se tivesse dono o mundo
Nele o dono moraria
Como é mundo sem dono
Não aceito hierarquia
Eu não mando nesse mundo
Nem no meu vai ter chefia
Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Aprendi com mangangá
Respectar
So se for são bento grande
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/1943215/#album:capoeira-de-besouro-2010
Ê, iê, iê, iê, iê
Barravento chegou
Iaô dança
Barravento chegou
Iaô dança, Iaô
Ê, iê, iê, iê, iê
Barravento chegou
Iaô dança
Barravento chegou
Iaô dança
Olha o vento que dá na palmeira
No roteiro do convento
Iaô pra virar dançadeira
Faz o mesmo movimento
No jogo da capoeira
Berimbau sabe o seu fundamento
Parece som de cachoeira
O toque de Barravento
Ê, iê, iê, iê, iê
Barravento chegou
Iaô dança
Barravento chegou
Iaô dança, Iaô
Ê, iê, iê, iê, iê
Barravento chegou
Iaô dança
Barravento chegou
Iaô dança
Olha a folha que cai da aroeira
No mosteiro de São Bento
Iaô faz da mesma maneira
A dança do encantamento
No jogo da capoeira
O repique é que dá o andamento
Na cabaça, metal e madeira
Pro toque de Barravento
Ê, iê, iê, iê, iê
Barravento chegou
Iaô dança
Barravento chegou
Iaô dança
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-barravento/#album:capoeira-de-besouro-2010
Iúna é madeira é pedaço de pau
Graúna, aroeira, beri-berimbau
No estalo do sino que dobra
Martelo bateu na tribuna
A casca do ovo da cobra
Quebrou pelo toque de Iúna
Iúna é serpente, é cobra coral
Que vigia a frente da casa Real
A brisa apagou candeeiro
O vento envergou baraúna
Recado do santo guerreiro
Do aviso do toque de Iúna
Iúna é o toque que dá o sinal
Quando vem o choque do povo do mal
O canto soou na pedreira
Na mata, no mar, na laguna
É morte que vem traiçoeira
Quem mostra é o toque de Iúna
Iúna é atalaia de alerta geral
Que aponta a tocaia de hiena e chacal
Traíra bateu continência
E a farda é de quinta coluna
Cuidado que é advertência
A força do toque de Iúna
Iúna é perigo, maré de perau
Punhal de inimigo, facão de rival
É um toque que vira amuleto
Batido na hora oportuna
Quem disse foi besouro preto
Puxando o toque de Iúna
Iúna é uma ave espiritual
Seu canto é a chave desse ritual
English
Iúna is wood, a piece of wood
wood for berimbau
crack of the bell that tolls
gavel struck in court
shell of the snake's egg
broken by the rhythm of Iúna
Iúna is a snake, a spiral snake
guarding the front of the royal house
breeze put out the lamp
wind bent the tree
message from the warrior saint
from the warning of Iúna's rhythm
Iúna is the rhythm who gives the signal
when comes the shock of evil people
chant sounded in the quarry
in the woods, the sea, the lagoon
death that comes treacherous
who shows is the rhythm of Iúna
Iúna is the watchtower of general alert
pointing the trap of hyenas and jackals
treason salutes
uniform of the fifth column
careful it's a warning
the power of Iúna's rhythm
Iúna is danger, tide of abyss
enemy's dagger, rival's knife
rhythm that turns into amulet
struck at the opportune moment
who said was black beetle
pulling the rhythm of Iuna
Iúna is a spiritual bird
their song is the key to this ritual
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-iuna/#album:capoeira-de-besouro-2010
Iê iê iê iê iê
Arrebentaram a corrente, quebraram a argola
Iê iê iê iê iê
Esse povo é valente, esse negro é de Angola
Contra a bota de quem manda,
o chicote e a pistola
Eu já dei tesoura e banda
Rapa, soco, tapa e sola
Nunca fujo de demanda
e nem de remandiola
Tenho sangue de Luanda,
venho da nação de Angola
Iê iê iê iê iê
Arrebentaram a corrente, quebraram a argola
Iê iê iê iê iê
Esse povo é valente, esse negro é de Angola
Não sou peça de quitanda,
nem sou ave de gaiola
Do jeito que o mundo anda,
mais me sinto Quilombola
Negro não tem vida branda,
capoeira é sua escola
Quem morrer vai pra Aruanda
Volta pra nação de Angola
Iê iê iê iê iê
Arrebentaram a corrente, quebraram a argola
Iê iê iê iê iê
Esse povo é valente, esse negro é de Angola
General é que comanda,
presidente é que controla
Mas quando o poder desanda,
vira mesmo a curriola
Bota o cabra na ciranda,
faço macho de boiola
Passo pó, batom, lavanda
Vai dormir de camisola
Iê iê iê iê iê
Berimbau é o tenente, o major é a viola
Iê iê iê iê iê
Tem Besouro de frente no jogo de Angola
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-angola-dobrada/#album:capoeira-de-besouro-2010
Camará, vem jogar de Angola
Camará, no terreiro grande
Camará, minha grande escola
Camará, foi filho de Ghandi
Eu não quero teu dinheiro
Nem o bem que tu possuis
Eu só quero um companheiro
Aquilo a que faço jus
Quem passar no meu caminho
De capanga e de capuz
Chamo pelo meu padrinho
E faço o sinal da cruz
Nunca tive desespero
É Ogum que me conduz
Minha espada de guerreiro
Foi no seu gongar que eu pus
Venha ver, camaradinho
Minha força e minha luz
No largo do pelourinho
No terreiro de Jesus
Quando eu jogo no terreiro
Fecho o corpo pros vudus
Mangangá, que é meu parceiro
Cega o olhar dos urubus
Canto como passarinho
Que esse jogo me seduz
Vem também, camaradinho
Vem cantar o que eu compus
English
comrade, come play Angola
comrade, in the big 'terreiro'
comrade, my great school
comrade, son of Ghandi
I don't want your money
nor the good you possess
I just want a companion
one who does justice
whoever passes my way
with a 'capanga' and 'capuz'
I call for my patron
and make the sign of the cross
comrade, come play Angola
comrade, in the big 'terreiro'
comrade, my great school
comrade, son of Ghandi
I've never been in despair
it's Ogum who steers me
my warrior sword
I lay at his altar
come see, comrade
my strength and my light
in the square of Pelourinho
in the 'terreiro' of Jesus
comrade, come play Angola
comrade, in the big 'terreiro'
comrade, my great school
comrade, son of Ghandi
when I play in the 'terreiro'
I close my body to the voodoos
Mangangá, who is my partner
blinds the eyes of vultures
I sing like a bird
this game seduces me
come too, comrade
come and sing what I composed
comrade, come play Angola
comrade, in the big 'terreiro'
comrade, my great school
comrade, son of Ghandi
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-angola/#album:capoeira-de-besouro-2010
Camará abre a roda chegou negro mina
(Veio no toque de Idalina)
Ele passou no carro, Ribeira e Odina
(Veio no toque de Idalina)
Vento brando fez praia de areia fina
(Veio no toque de Idalina)
Fez até maré baixa Dona Janaína
(Veio no toque de Idalina)
Negro diz que a sua sina
É um campo de batalha
Ouve o toque de Idalina
Lembra luta de navalha
Camará abre a roda chegou negro mina
(Veio no toque de Idalina)
Foi com ele que a noite surgiu na surdina
(Veio no toque de Idalina)
Lua cheia ascendeu feita uma lamparina
(Veio no toque de Idalina)
A estrela no norte brilhou na colina
(Veio no toque de Idalina)
Quando a lâmina investe
Corta a veia quando pega
Mas pra Mangangá que é mestre
A navalha fica cega
Olha o filho de Ghandi na dobra da esquina
(Veio no toque de Idalina)
Olha o ogã no terreiro de mãe Marcolina
(Veio no toque de Idalina)
Olha o preto doutor com um anel de platina
(Veio no toque de Idalina)
Olha o padre mulato sem cruz e nem batina
(Veio no toque de Idalina)
Pra quem quer fio de prumo
Perna abre igual compasso
Quem ataca perde o rumo
E a navalha perde o aço
Camará abre a roda chegou negro mina
(Veio no toque de Idalina)
Ele passou no carro em Ribeira e Odina
(Veio no toque de Idalina)
Vento brando fez praia de areia fina
(Veio no toque de Idalina)
Fez até maré baixa Dona Janaína
(Veio no toque de Idalina)
Veio no toque de Idalina
(Veio no toque de Idalina)
Veio no toque de Idalina
(Veio no toque de Idalina)
Veio no toque de Idalina
(Veio no toque de Idalina)
Veio no toque de Idalina
(Veio no toque de Idalina)
https://www.musixmatch.com/pt/letras/Paulo-Cesar-Pinheiro-3/Toque-de-Idalina
Eu quero ver quem fica
Eu quero ver quem sai
Eu quero ver quem pula
Eu quero ver quem cai
Eu quero ver quem vem
Eu quero ver quem vai
Eu quero ver quem honra
Eu quero ver quem trai
Ê camará, camaradinho
Entra na roda e vem jogar
No terreiro, no Pelourinho
Camaradinho, camará
Eu quero ver quem joga
Eu quero ver quem há
Eu quero ver quem foi
Eu quero ver quem tá
Eu quero ver quem nega
Eu quero ver quem dá
Eu quero ver quem nunca
Eu quero ver quem já
Ê zum-zum-zum cordão de ouro
Querê que que do cantuá
Ê camará, cadê besouro?
Cadê besouro mangangá?
Eu quero ver quem fica
Eu quero ver quem sai
Eu quero ver quem pula
Eu quero ver quem cai
Eu quero ver quem vem
Eu quero ver quem vai
Eu quero ver quem honra
Eu quero ver quem trai
Tô no afoxé, tô no terreiro
Tô no mercado, tô no bar
Tô no Bonfim, tô no puteiro
Tô na Lapinha, tô no mar
Eu quero ver quem joga
Eu quero ver quem há
Eu quero ver quem foi
Eu quero ver quem tá
Eu quero ver quem nega
Eu quero ver quem dá
Eu quero ver quem nunca
Eu quero ver quem já
Tô em Santana, tô em Feira
Em Jequié, Taperoá
Onde tem som de capoeira
Tu me procure que eu tô lá
Onde tem som de capoeira
Tu me procure que eu tô lá
Onde tem som de capoeira
Tu me procure que eu tô lá
https://www.musixmatch.com/lyrics/Paulo-Cesar-Pinheiro-3/Jogo-de-Fora
Eu em chão de senzala não fico
Me tira daqui, tico-tico
É no pé, é na asa, é no bico
Me tira daqui, tico-tico
Pau que dá em Francisco, dá em Chico
Me tira daqui, tico-tico
Quando o galo cantar eu me pico
Me tira daqui, tico-tico
Camará, ninguém dá tombo
Num guerreiro de Guiné
Vamo embora pro quilombo
Lá de Ilha de Maré
Não nasci pra capacho de rico
Me tira daqui, tico-tico
Não sou besta de carga ou jerico
Me tira daqui, tico-tico
Capoeira escondido eu pratico
Me tira daqui, tico-tico
Pra lutar com feitor e milico
Me tira daqui, tico-tico
Todo mundo é rei sem trono
Não se vive na corrente
Passarinho não tem dono
Nem gente é dono de gente
É com quem tem poder que eu implico
Me tira daqui, tico-tico
Com pancada eu não me modifico
Me tira daqui, tico-tico
Pra parar de bater não suplico
Me tira daqui, tico-tico
Vou morrer mas não peço penico
Me tira daqui, tico-tico
Sou guerreiro de Aruanda
Beira-mar é que me guia
Quem comigo sempre anda
É o Besouro da Bahia
Camará, ninguém dá tombo
Num guerreiro de Guiné
Vamo embora pro quilombo
Lá de Ilha de Maré
Todo mundo é rei sem trono
Não se vive na corrente
Passarinho não tem dono
Nem gente é dono de gente
Sou guerreiro de Aruanda
Beira-mar é que me guia
Quem comigo sempre anda
É o Besouro da Bahia
Camará, ninguém dá tombo
Num guerreiro de Guiné
Vamo embora pro quilombo
Lá de Ilha de Maré
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/toque-de-tico-tico/#album:capoeira-de-besouro-2010
Quando eu morrer me enterre na lapinha
Calça culote, palitó, almofadinha
Quando eu morrer
Eu não quero enterro caro
Quero samba ao invés de missa
Na matriz de Santo Amaro oi camará
Quando eu morrer
Pra evitar de ter pancada
Eu não quero em meu velório
Choro de mulher casada oi camará
Quando eu morrer
Por favor não quero choro
Quero um samba de terreiro
Pra louvar cordão de ouro oi camará
Quando eu morrer
Quem falar de mim cuidado
Vou baixar dando pernada
No lugar que eu for chamado oi camará
Quando eu morrer
Tudo acaba, tudo finda
Eu cheguei trazendo nada
Vou levar menos ainda oi camará
Quando eu morrer
Se eu tiver que ir pro inferno
O diabo que se cuide
Que ele está no meu caderno oi camará
Quando eu morrer
Que não seja em feriado
Que é dia de capoeira
Lá na rampa do mercado oi camará
Quando eu morrer
Vou me embora logo cedo
Capoeira é 6 da tarde
No terreiro de São Pedro oi camara
Adeus Bahia, zumzumzum, cordão de ouro
Eu vou partir porque mataram meu besouro
Zumzumzum é besouro
Zumzumzum cordão de ouro
https://www.letras.mus.br/paulo-cesar-pinheiro/samba-de-roda/#album:capoeira-de-besouro-2010